Ainda com alguns pensamentos de 2008, lembrei de uma coisa que aconteceu comigo nos últimos dias do ano passado que me transformaram.
Minha mãe me disse num domingo antes do Natal pra eu fazer alguma coisa porque eu tava muito parada aqueles dias... e eu não tava mesmo afim de nada, ela me disse vai fazer algo por alguém e disse que ia com o grupo da igreja visitar umas pessoas carentes numa casa que tem próximo ao bairro onde moro.
Eu, como sempre, pra contrariar disse que não ia ( rss), mas já estava decidida a ir.... sempe tive vontade de fazer essas coisas mais sempe ficava adiando e acabava não indo ... quando ela se arrumou eu disse pra me esperar que eu também iria. Fomos e perguntei sobre como era esse lugar que tipo de pessoas iamos visitar, ela também sem muito saber pra onde tava indo me disse: "É uma casa que tem umas pessoas com decifiência, retardamento (bobos!!!!) "
Ah tá!!! imaginei, sem problemas...levaram presente de natal, um bolo bem apetitoso e fomos lá...
Ao chegar e aguardar pela recepção da cordenadora da instituição, tomei um baita susto... Não esperava que atrás daquela porta tivesse tanta gente pulando, mas era uns pulos estranhos, não era uma alegria normal... Entramos e eu fui uma das últimas e quando eu entrei vi a cara de pavor delas ( também não sabiam exatamente pra onde tinham ido ), hoje é engraçado mas na hora foi trágico porque eu também por uns segundos fiquei apavorada, não era nada parecido com o que elas tinham me dito, aquele lugar não era uma casa de caridade para pessoas com retardamento e deficiência mental...Ao dar alguns passos eles me "atacaram" só ouvia, " tia, tia o que você trouxe pra mim??? " e eles me pagavam e tomavam as coisas da minha mão e eu sem saber o que fazer , de longe ouvi uma voz que me salvou daquele momento de agunia rsss "Deixe ela entrar se não vocês não vão ganhar nada" essa voz se aproximou e fez com que eles me deixassem passar, fui pra um canto onde eles ficavam longe de mim e não podiam passar por que seus respossáveis não permitiram por alguns momento equanto arrumariamos as coisas, era um refeitório onde eles faziam suas refeições, téoricamente eu teria que ter ajudado mais eu ainda estava me situando, tentanto entender o que estava acontecendo.
Depois foi liberado o acesso deles nessa sala onde tinham com cada seis deles um responsável... "Como assim? 6 para 1????? Quem vai conseguir dar conta de seis pessoas que tem problemas mentais sérios e podem ter um ataque a qualquer momento????? "
Meu pânico aumentou!!!!!!!!!!!
Meninas de um lado, meninos de outro eu fiquei do lado das meninas ( claro ), elas pareciam ser bem mais calmas...sentaram e me olharam...uma delas me chamou atenção, uma menina lindaaa que devia ter uns 13 ou 14 anos... ela me olhava enquanto eu destribuia o bolo pra eles e o refrigerante, com meodo de uma deles agarrar no meu braço e me puxar hahahaha sei lá, né??? Ela me olhou fixamente e me chamou "vem cá, vem cá "e eu "hãm????? " ela insistiu " vem cá perto" eu respirei fundo e fui lá, cheguei bem perto e ela me disse " Você é tão linda, parece a Barbie!!" naquele momento eu só pude abrir um sorriso pra ela, ela ainda disse depois " Eu queria ter uma Barbie mas aqui não pode ter bonecas" - lá os brinquedos são controlados, os talheres, os copos e os pratos são plásticos, pra entrar com qualquer coisa lá precisa do aval da direção, porque entre eles tudo pode ser de risco - conversei uns minutos e ela me pareceu tão NORMAL , aquela criança não deveria está num lugar como aquele e fui conversar com a cordenadora e a enfermeira, elas me disseram " Rúbia essa menina está medicada, todos aqui estão, se não vocês não poderiam entrar aqui".
Ali cada um tinha uma história de vida complicada pela loucura e pelo abandono da familia, fiquei bem mais a vontade depois, mais ainda tomando meus devidos cuidados, eles ficaram encantados com os brinquedos, as meninas com as bijux.
Soltos pelo pátio correndo, pulando, rodando, se modordendo, se sacudindo, gritando e outros perdidos no pensamento... "Mas que pensamento????? Será que existem uma coerência naquelas cabeças?? O que será que pra eles é o mundo??
Sai de lá outra pessoa, renovada, cheia de outros pensamentos, muito agradecida a DEUS que eu tenho juízo, que eu sou livre, que eu tenho como decidir minhas atitudes!!!!
PS: Conheço muitas pessoas que como eu deveriam passar por isso uma vez na vida.
PS 2: Se vc está se perguntando se eu voltaria lá ou se você teria coragem de ir eu te digo:
"Eu voltarei e se quiser vem comigo !!!!" terça-feira, 6 de janeiro de 2009
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Muito bacana esse caso que você está contando, pois já ouvi relatos de conhecidos que tinham interesse em participar de projetos sociais como esse mais tinham um certo receio, um certo medo. Confesso eu que tenho muita vontade de poder participar, sei lá, de alguma maneira poder contribuir dentro de um projeto como esse, mas acabamos deixando para fazer isso no outro dia e os dias acabam se passando...passando...acho que vou aceitar esse seu convite!!
ResponderExcluirPois é... penso que o que divide o mundo "normal" do mundo da "loucura" é uma estreita linha. Todo mundo está a beira desse precipício e não é a toa que as pessoas se sentem mais sozinhas, mais infelizes, mais deprimidas. Todo mundo tem um pouco de loucura dentro de si, se não seríamos insuportáveis de tão sérios e "normais".
ResponderExcluirBelo aprendizado, Rubi! Uma experiência e tanto!
Já vive algo a esse nível quando estive com crianças autistas e essa barreira, ou fio, sei lá, que nos separa do mundo delas é fininho... É uma coisa que toca lá fundo, parece que pegam seu coração e colocam olhos nele: "vc consegue ver isso aqui? consegue sentir?". Me comovi de uma forma inexplicável e mais ainda por saber que eu, futuramente, como professora, posso garantir momentos especiais à vida daqueles pequenos.
É gratificante e assustador ao mesmo tempo.
Beijos
Muito lindo Rubia, já tive muitos momentos como este que você passou, não só com crianças como também com jovens, adultos e idosos e digo todos despertaram em mim o mesmo sentimento que você.
ResponderExcluirSão pessoas que infelizmente muitos viram as costas ao invès de ajudar e ofertar as estes um carinho, um montento de felicidade ou simplesmente um ato de amor "seja qual for o jeto".
Digo que estas pessoas especiais não apresentam incapacidades e sim "capacidades escondidas e diferentes" e para que possamos usufruir, despertar e perceber esta capacidade é necessario desenvolver-mos capacidades importante que infelizmente muitos tem vergonha ou medo de mostrar.
A vida é bela em todos os sentidos e seres, seja como for o ser, cada um tem uma beleza interior cabe ao outro ser saber perceber... viva a diferença viva a igualdede viva o respeito e viva principalmente a vida sem diferenças e preconceitos..
que Deus abençoe a "TODOS"...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRúbica quero ir contigo viu !?
ResponderExcluirMuito lindo e importante o que expressou nesse texto, ainda mais por ter sido um fato real.
Engraçado, quando fazemos planos sobre algo, ás vezes não dá certo, talvez por não ser chegada á hora, mas na verdade Deus é quem sabe o momento certo pra tudo em nossa vida.
Ás vezes algumas “surpresas” nos leva até a “metamorfose”...E dela retiramos lições onde atribuímos ao cotidiano e amadurecimento...
E com certeza muitas pessoas precisam passar por experiências como essas, para assim dar o real sentido e valor as suas vidas...
oi Rubi, vivenciei algo parecido com essa sua experiência. Foi quando fui visitar uma clínica de crianças especiais para fazer o trabalho de Psicologia da Educação sobre autismo: tema que a equipe mesmo escolheu!! Foi um trabalho muito lindo e gratificante!! Vamos marcar algo assim parecido e chamar o pessoal da facul para levar alegria, brincadeiras à essas crianças que precisam de todo carinho e atenção!!
ResponderExcluirseu blog está muito bom!
continui assim!!
beijos!!